Em minha experiência como professor de
música, notei que com o auxílio de uma estratégia relacionada à natureza dos
sons, o aluno aprende mais rápido e com maior consciência, dando-se,
evidentemente, particular importância ao tempo natural de cada ser humano : é
notável essa trajetória. Falar da natureza dos sons e das histórias de como o
homem os utilizou, utiliza e utilizará, desperta muito o interesse do aluno de
qualquer idade. Conhecer na música a sua natureza mais íntima é de fundamental
importância. Apesar de distante, ela está bem perto. Esse aprendizado também é
uma maneira de despertar a vontade de estar, em silêncio, ouvindo o som
interno.
Fiquei encantado ao descobrir a
existência desse lugar, de onde se ouve o som, o som interno e o som do
universo ao encontro um do outro. Ver, meditar e contemplar – a música está
intimamente ligada à natureza, em todos os tempos e em todos os meios, mais do
que imaginamos, muitas vezes.
As harmonias da GRUTA DE FINGAL existem
desde que este mundo adquiriu sua forma estável. Ela fica na ilha de Staffa, no
arquipélago das Hébridas, perto da Escócia, e tem o nome de um herói lendário.
É uma caverna à beira do mar, com pilares hexagonais de basalto de cerca de 11m
de altura, formados por fluxos de lava – e em seus pontos mais profundos ainda
se ouve o barulho do mar. Ela serviu de valiosa inspiração para o compositor
Felix Mendelssohn-Bartholdy, em sua viagem à Escocia, em 1829. Mendelssohn
ficou tão impressionado com o estrondo das ondas batendo no fundo da caverna
que, na mesma hora, esboçou um primeiro tema para a obra “A Gruta de Fingal”.
Ali compôs a abertura de “As Hébridas”, primeiro em forma de sonata e depois em
forma de sinfonia, que foi concluída no fim de 1830, em Roma.
VALE A INTUIÇÃO E A CRIAÇÃO
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